Ararajuba, espécie endêmica da Amazônia, é uma das principais vítimas do tráfico e da posse irregular
Agência Brasil – João Corrêa/Azurit
A crescente prática de captura e domesticação de animais silvestres no Brasil tem colocado em risco diversas espécies, com destaque para a ararajuba (Guaruba guarouba), ave endêmica da região amazônica que está ameaçada de extinção. Segundo especialistas, o comportamento dócil e a plumagem vibrante desses animais os tornam alvos frequentes do tráfico, que movimenta cerca de 13 milhões de espécimes de fauna e flora em 162 países, conforme dados do Relatório Global sobre Crimes contra Espécies Silvestres (2015-2021), publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Redes sociais impulsionam o comércio ilegal
O Ibama alerta para um novo fenômeno que agrava o problema: a busca por animais exóticos por parte de jovens que desejam fotos originais para redes sociais. “Essa geração conectada é hoje o principal público consumidor de espécies silvestres como pets, movido pela busca de visibilidade digital”, explica Graciele Gracicleide Braga, coordenadora-geral de Gestão e Monitoramento do Uso da Fauna e da Biodiversidade Aquática do órgão.
Projetos de reabilitação tentam reverter o cenário
No Parque do Utinga (Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna), em Belém, biólogos trabalham para reabilitar ararajubas resgatadas do cativeiro. O processo inclui afastá-las do contato humano e reintroduzir alimentos naturais em sua dieta. “Se não readquirem comportamentos selvagens, ficam vulneráveis à recaptura”, afirma Marcelo Rodrigues, biólogo do Projeto Ararajuba.
Conscientização e denúncias
Autoridades reforçam a importância de diferenciar animais silvestres dos domesticados e destacam que seu bem-estar depende da vida em habitat natural. O Ibama disponibiliza o canal Linha Verde (0800 061 8080) para denúncias anônimas de crimes ambientais.
Dados alarmantes
- 13 milhões de espécimes traficados globalmente entre 2015 e 2021; e
- Brasil concentra 60% das ocorrências de tráfico na América Latina

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Inventários e monitoramento ambiental
Segundo Diego Petrocchi, Especialista em Meio Biótico da Azurit, Biólogo e Ornitólogo (ramo da zoologia que estuda as aves), o tema é bastante complexo. “Embora sejam divulgados dados de operações de combate ao tráfico de animais silvestres, a dimensão do problema, infelizmente, supera a capacidade de ação fiscalizatória do poder público. Nesse contexto, os inventários e monitoramentos de fauna ganham importância crucial, pois permitem identificar espécies mais visadas, sensíveis e áreas críticas, permitindo avaliar os impactos e direcionar esforços para conservação” explicou.
Azurit – “Educar e Conhecer para Conservar”
A Azurit Consultoria Ambiental desenvolve diversas atividades de cunho educomunicativo, por meio de iniciativas dos Programas de Educação Ambiental (PEA) e Programa de Comunicação Social (PCS), que buscam promover a conscientização acerca da fauna, flora, preservação e uso consciente dos recursos naturais, estimulando, assim, a convivência harmoniosa entre ser humano e natureza.

Inventários Biológicos
Os profissionais da Azurit realizam, também, estudos de excelência, que orientam o desenho de estratégias para a conservação ambiental, como os inventários biológicos (faunísticos/florísticos). Tratam-se de estudos sistemáticos que visam mapear, catalogar, qualificar e quantificar a diversidade biológica, em determinados recortes temporais e espaciais, explica o Diretor Técnico da Azurit, André Franco.
Monitoramento de Fauna e da Flora
A equipe da Azurit também realiza monitoramentos de fauna em diferentes tipos de biomas e fitofisionomias brasileiras, adotando métodos inovadores e utilizando equipamentos sofisticados, para obtenção dos melhores resultados. Os monitoramentos faunísticos e florísticos possibilitam obter respostas a respeito da dinâmica ecológica de populações ou ecossistemas quando submetidas às práticas de conservação e aos fatores externos, de modo que seja possível avaliar a eficácia de planos e programas de conservação ambiental e propor ações para minimizar as pressões sobre os ambientes naturais, salienta André Franco.
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